VISITA

Líder chinês viaja a Europa para discutir questões comerciais entre os dois blocos

Esta é a primeira visita de Xi Jinping ao continente desde a pandemia Covid-19. Ele também irá a Sérvia e a Hungria

Publicado em: 06/05/2024 12:08 | Atualizado em: 06/05/2024 14:39

O presidente da França, Emmanuel Macron, cumprimenta o presidente chinês, Xi Jinping, no Palácio Presidencial do Eliseu, em Paris (Foto: LUDOVIC MARIN / AFP
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O presidente da França, Emmanuel Macron, cumprimenta o presidente chinês, Xi Jinping, no Palácio Presidencial do Eliseu, em Paris (Foto: LUDOVIC MARIN / AFP )
O presidente chinês, Xi Jinping, chegou à França para uma visita de Estado na Europa, sendo esta é a sua primeira visita ao continente desde a pandemia Covid-19. Jinping também irá a Sérvia e a Hungria. 
 
Em uma reunião que decorre hoje com o presidente francês, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, as questões comerciais e econômicas dominam a agenda do encontro, num momento em escala a tensão entre o bloco europeu e Pequim.
 
O líder da China apelou que à União Europeia reforce sua coordenação estratégica e que permaneçam parceiros, embora haja várias disputas e divergências, que envolvem desde o comércio à guerra na Ucrânia. "Como duas grandes potências mundiais, a China e a UE devem continuar a ser parceiras, continuar o diálogo e a cooperação, aprofundar a comunicação estratégica, aumentar a confiança mútua estratégica, consolidar o consenso estratégico e realizar a coordenação estratégica. Isto visa promover o desenvolvimento estável e saudável das relações China-UE e fazer continuamente novas contribuições para a paz e o desenvolvimento mundial", declarou.
 
Por sua vez, Von der Leyen disse que esta aberta  à possibilidade de afastar as desconfianças que marcam a relação entre os dois blocos, no entanto destacou que a UE não vai hesitar em tomar decisões firmes para proteger a sua economia.
 
Também serão discutidas na reunião pautas sobre a posição e ação da China e da UE nas guerras da Ucrânia e do Oriente Médio. Mas, enquanto isso, as agências noticiosas internacionais indicam que o presidente chinês deve manifestar descontentamento quanto às investigações europeias sobre as práticas comerciais do seu país e mantenha a mesma posição em relação a Moscou.
 
Mas, de acordo com o gabinete de Macron, o líder da França pretende encorajá-lo mais uma vez a usar sua influência no Kremlin para mudar os rumos da Rússia e contribuir para a resolução do conflito. Em 2023, em Pequim, o presidente francês pediu a Jinping, para "chamar a Rússia à razão" e pouco depois o presidente da China telefonou ao seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, pela primeira vez desde o início do conflito. Entretanto, os progressos diplomáticos esperados por Paris não se concretizaram. 

Macron e Jinping, ainda vão amanhã visitar o emblemático Tourmalet, nos Pireneus, lembrando a proximidade dos 60 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

Já a presidente da Comissão Europeia antes do inicio do encontro de hoje afirmou que a UE não pode continuar a aceitar as grandes subvenções chinesas, que causam concorrência desleal com as empresas européias. "No que se refere às relações econômicas com a China, deixei claro que os atuais desequilíbrios no acesso ao mercado não são sustentáveis e têm de ser resolvidos. A China está atualmente produzindo, com subvenções altas, mais do que vende, devido à sua baixa procura interna. Esta situação conduz a um excesso de oferta de produtos chineses subsidiados, como os veículos elétricos e o aço, que está gerando um comércio desleal. A UE não pode aceitar estas práticas de distorção do mercado que podem conduzir à desindustrialização na Europa. Temos de atuar para garantir que a concorrência é justa e não distorcida. Vou incentivar o governo chinês a resolver, a curto prazo, a questão das capacidades excedentes", pontuou  Ursula von der Leyen. 
 
Em causa está uma recente investigação das suspeitas de comércio desleal de biocombustível da China no mercado único, no qual a UE impôs medidas retaliatórias, como tarifas aduaneiras, caso se verifique ‘dumping’. Sobre os caros elétricos chineses também esta em andamento uma investigação iniciada em outubro passado às subvenções estatais chinesas a fabricantes de automóveis elétricos, veículos que entraram rapidamente no mercado da UE e que são vendidos a um preço bastante menor que os dos concorrentes comunitários.
 
Segundo dados da Comissão Europeia, os carros elétricos chineses, que entraram recentemente na UE, já representam 8% do mercado total, sendo 20% mais baratos do que os concorrentes europeus.
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