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Lançamento

João Cavalcanti, filho de Lenine, lança primeiro álbum solo

Vocalista do Casuarina investe no pop contemporâneo em Placebo e não se esquiva de comparações com o pai

Publicado em: 09/10/2012 11:31 | Atualizado em: 09/10/2012 12:39

 (Foto: Reprodução / Youtube)
Foto: Reprodução / Youtube
Na medicina, placebo é droga ou intervenção que não tem efeito direto sobre as doenças. Trata-se da simulação de um remédio – como pílulas de açúcar, por exemplo. Desde a metade do século 20, médicos e pesquisadores recorrem a ele em testes para tratamentos. Para o cantor e compositor carioca João Cavalcanti, o placebo pode – sim – curar. Não foi por acaso que escolheu esse nome para batizar o “filho mais rebelde”: seu primeiro disco solo.



“As pessoas acham que o placebo é ruim. Muito pelo contrário: para mim, a música é um grande placebo. Sinto-me em paz quando estou bem resolvido com a música que faço”, filosofa o artista. Produzido por Plínio Profeta, o álbum, que conta com 11 faixas autorais, não é linear. Tem um pouco de tudo: tango, viola, rock, samba, pop e frevo – apresenta sonoridade múltipla, interessante e de muito bom gosto. “Um susto atrás do outro”, define o próprio João.

“Meu disco é naturalmente diverso, plural e não coeso justamente porque sou assim. Ouço e gosto de tudo, não tenho preconceito com nenhuma manifestação musical. Foi assim que surgiu essa peça multifacetada que é o Placebo”, destaca. Fazer CD sozinho não significa que João, há 11 anos vocalista e percussionista do Casuarina, esteja deixando de lado o grupo de samba carioca. Ele faz questão de esclarecer: os projetos são diferentes, mas complementares. Um não restringe o outro.

“Tenho muito orgulho da história do Casuarina e não há motivo para abrir mão disso. Mas sentia a necessidade de fazer algo novo. Placebo era mais que vontade, mas uma urgência. Já vinha compondo muita coisa em diversos gêneros e senti que precisava dar vazão a essas músicas”, reitera.

LENINE

O público está acostumado a ouvir João Cavalcanti interpretando samba. Neste CD solo, o músico reparou que algumas pessoas notaram semelhanças no jeito de cantar dele e do pai, o compositor Lenine. O “filho pródigo” não tem o menor problema com comparações dessa natureza. Acha natural que elas ocorram.

“Meu pai é barítono e eu sou tenor, mas temos timbre parecido. É questão de genética. Claro que há o sotaque diferente também, mas já ouvi vários comentários de que as pessoas se lembram dele quando canto. Ainda mais agora que estão me ouvindo nesse pop mais contemporâneo. Isso não me incomoda, pois ele é o artista que mais admiro, minha maior referência”, ressalta.

O show de lançamento oficial de Placebo está marcado para quinta-feira, 11, no Rio de Janeiro. João Cavalcanti se confessa ansioso com a estreia. Mais que o tradicional friozinho causado pela expectativa, o nervosismo é tamanho que ele confessa: “Trago um inverno da Sibéria na barriga”.

“O dia em que não for assim está errado. Tenho o privilégio de trabalhar com algo inexorável, e não há como mensurar minha carreira sem essa ansiedade. É pânico, sim, mas um pânico ótimo”, comemora.

FAIXAS
• Demônios (João Cavalcanti/Marcelo Caldi)
• Placebo (João Cavalcanti)
• Luna (João Cavalcanti)
• Síndrome (João Cavalcanti)
• Em tempo (João Cavalcanti)
• Criança (João Cavalcanti/Silvia Nicolatto)
• Você alterego de mim (João Cavalcanti/Diego Zangado)
• Binário (João Cavalcanti/Diego Zangado)
• Mulato (João Cavalcanti)
• Inemurchecível (João Cavalcanti)
• Frevo do contra-êxodo (João Cavalcanti)
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